"É precisa a República?", excerto de Emílio Costa, anarquista português do principio do sec XX

01-07-2010 09:43

Político e professor português, Emílio Martins Costa nasceu a 21 de Fevereiro de 1877, em Portalegre, no Alto Alentejo.
De uma família burguesa liberal, instalou-se em Lisboa, em 1896, para frequentar o Instituto Industrial e, em 1899, matriculou-se também no Curso Superior de Letras. Nesse período estudantil, que lhe permitiu adquirir não só preocupações sociais e intelectuais, como também experiências políticas, assinou o Manifesto Académico Republicano (1897), participou na fundação do Centro Académico Republicano e entrou para a Maçonaria Académica, passando depois para a Carbonária Portuguesa e pertencendo também à Loja Montanha onde alcançou o grau de mestre. ..

 

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«O que pretendo afirmar, é que uma mudança de instituições políticas em Portugal, que o estabelecimento duma democracia, digna deste nome, é um enorme auxiliar de propagação da ideia libertaria; e que por isso. os libertários têm todo o interesse em que a revolução política republicana se faça, pelo que a devem apoiar no que puderem.
Entre nós repetem-se sempre os mesmos argumentos para se dizer que os republicanos são tão exploradores do povo como os monárquicos, argumentos colhidos do extrangeiro, de países onde o problema político está resolvido, onde o povo, quer sob a forma monárquica, quer sob a republicana, gosa relativamente duma grande liberdade, onde já se não torna necessário, senão excepcionalmente, pugnar pela liberdade política. Acontece isto em França, na Inglaterra, na Suissa, na Dinamarca, etc. E nesses países, quando acontece haver algum atentado á liberdade do cidadão, as constituições políticas respectivas são rudemente atacadas pelos defensores dos perseguidos, que então dizem, nesses momentos de exaltação, não valerem cousa alguma as instituições políticas, afirmação que a sangue frio não fazem tão perentoria-mente.
Ha libertários portugueses, que procedem como se vivessem num pais como a Dinamarca, onde naturalmente não ha um partido republicano, porque não é preciso; o presidente daquella democracia, chama-se rei.»

Artigo "A República", publicado no"O Amigo do Povo" a 11 de Janeiro de 1903

 

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