O messianismo português.A génese da Monarquia

04-05-2011 21:46

Uma achega ao messianismo português

 

Joaquim Leitão, contemporâneo da Monarquia do Norte e de Paiva Couceiro, já nos procurou alertar para esse fenómeno tão português, funesta marca de carácter semita, quanto irracional.

"Saltaram logo abaixo do comboio dúzias de pessoas, saíram a gare e trouxeram Paiva Couceiro ao collo. O comboio inteiro rompeu aos vivas a Paiva Couceiro, á Monarchia, a El-Rei D. Manuel. Todos o abraçaram e beijaram, a chorar, aos gritos:
— «Viva Paiva Couceiro!"! Viva o nosso salvador! Viva o grande português»

Couceiro queria esquivar-se:
— «Olhem que se podem comprometter...»
«Não faz mal! Queremos ser todos presos!»
(...)
Foi uma scena que commoveu a todos os portugueses quantos enchiam a gare e que não resistiram á communicatíva commoção dos Peregrinos Portugueses: quando o comboio partiu de S. Jean-de-Luz, sempre aos vivas no Capitão Phantasma, os que ficavam abraçaram Paiva Couceiro, commovidos também.
Na nossa orientação synarchica, não podemos ser nem personalistas nem messiânicos. Para o nosso romance O Cego das Romarias, deixámos mesmo o estudo do, messianismo nacional que foi, é e será, até á cura de tal doença, a causa dos nossos males collectivos, independente do valor das figuras que a imaginativa popular arvore em Messias."

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